17/11/2007

Eterna Procura

Noutra vida fui armado cavaleiro
Conquistei terras imensas
Na arte da guerra fui o primeiro
Enriqueci reis às minhas expensas

Por duras batalhas passei
Tantas, que quantas, não sei contar.
Mas em todas as noites precisei
De algo com que só pude sonhar.

Deixei-me levar pelo dever
Preferi a guerra, ao amor
Por ficar contigo temer
Vivi uma existência de dor.

Até que numa batalha tombei
Não senti dor, só pesar
Sem ti ao paraíso cheguei
Era como no inferno estar.

À terra consegui voltar
A eternidade não chegou para te esquecer
Fiz duro caminho para te poder procurar
Com anjos lutei para o merecer

Nesta vida não quero voltar a errar
A tua lembrança em mim é chama a arder
Percorro o mundo para te encontrar
Todo o meu espírito anseia por te ver.

in 06/2007

11/07/2006

Frei João Sem Cuidados

O rei ouvia sempre falar em Frei João Sem Cuidados como um homem que não se afligia com coisa nenhuma deste mundo:
- Deixa-te estar, que eu é que te hei-de meter em trabalhos.

Mandou-o chamar à sua presença, e disse-lhe:
- Vou dar-te uma adivinha, e se dentro em três dias me não souberes responder, mando-te matar. Quero que me digas:
Quanto pesa a Lua?
Quanta água tem o mar?
O que é que eu penso?
- Olá, senhor Frei João Sem Cuidados, então o que é isso, que o vejo tão triste?
- E que o rei disse-me que me mandava matar, se dentro em três dias eu lhe não respondesse a estas perguntas:
- Quanto pesa a Lua? Quanta água tem o mar? E o que é que ele pensa?
O moleiro pôs-se a rir, e disse-lhe que não tivesse cuidado, que lhe emprestasse o hábito de frade, que ele iria disfarçado e havia de dar boas respostas ao rei.

Passados os três dias, o moleiro vestido de frade foi pedir audiência ao rei. O rei perguntou-lhe:
- Então, quanto pesa a Lua?
- Saberá Vossa Majestade que não pode pesar mais do que um arrátel, porque todos dizem que ela tem quatro quartos.
- É verdade. E agora: Quanta água tem o mar?
Respondeu o moleiro:
- Isso é muito fácil de saber; mas como Vossa Majestade só quis saber da água do mar, é preciso que primeiro mande tapar todos os rios, porque sem isso nada feito.
O rei achou bem respondido; mas zangado por ver que Frei João se escapava das dificuldades, tornou:
- Agora, se não souberes o que é que eu penso, mando-te matar!
O moleiro respondeu:
- Ora, Vossa Majestade pensa que está falando com Frei João Sem Cuidados, e está mas é falando com o seu moleiro.
Deixou cair o hábito de frade, e o rei ficou pasmado com a esperteza do ladino.

(Coimbra)
Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português

O Compadre Diabo

Um pobre jornaleiro tinha um compadre que era o Diabo, mas não o sabia; veio ele e disse-lhe:
- Tu és tão pobre! Sabes que mais? Lembra-me de te dar um grande campo para o trabalhares de meias comigo, com a condição que o que crescer para debaixo da terra há-de ser para mim, e o que crescer para cima da terra há-de ser para ti.
O jornaleiro aceitou o contrato, e foi trabalhar o campo e semeou-o de trigo. Nasceu muito trigo, que ele colheu no seu tempo, e disse ao compadre que fosse apanhar o que tinha crescido para debaixo da terra. O Diabo só achou raízes, e conheceu que tinha sido enganado pelo compadre. E disse:
- Já me não serve o nosso contrato, e se queres continuar há-de ser às avessas: o que crescer para cima da terra há-de ser para mim, e o que crescer para baixo é que há-de ser para ti.
O lavrador aceitou a condição e semeou o campo todo de batatas; deu uma novidade que era um regalo. Disse ao compadre que fosse apanhar o que tinha crescido para cima da terra, que era a rama da batata, e ele tirou muitos e muitos cestos de batatas, com que fez muito dinheiro. O Diabo viu que perdia sempre no jogo, e quis-se vingar do compadre:
- Ah velhaco, que me enganaste; mas eu é que te não deixo ficar assim; havemos de bater-nos e há-de ser às unhadas, que ao menos desta vez hei-de ficar de melhor partido.
O lavrador bem sabia que o Diabo tinha umas garras temíveis, mas como não podia escolher as armas já dava ao Diabo a cordada, e foi ter com a mulher, sem saber como se veria livre daquela alhada. Vai a mulher e diz-lhe:
- Deixa-o vir para cá, que eu o arranjo. No dia em que te vier procurar para brigar contigo, esconde-te, que eu é que vou falar com ele.
Chegado o dia, vem o Diabo muito furioso e bate à porta do compadre: - Aqui estou para irmos brigar.
Vem a mulher e diz: - Entre para aqui compadre, e espere pêlo meu homem, que foi amolar as unhas; olhe que ele sempre dá cada unhada! Aqui está a primeira que ele me deu...
O Diabo tal coisa viu, que botou a fugir com medo de ficar cheio daquelas arranhaduras, e nunca mais voltou lá.

(Ilha de São Miguel-Açores)
Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português

10/02/2006

Labore et Virtute


Sword (from Old English sweord, cognate to Old High German Schwert, literally "wounding tool" from a Proto-Indo-European root *swer- "to wound, to hurt") is a term for a long edged weapon, fundamentally consisting of a blade, usually with two edges for striking and cutting, a point for thrusting, and a hilt for gripping. The basic intent and physics of swordsmanship remain fairly constant, but the actual techniques vary among cultures and periods as a result of the differences in blade design and purpose. The names given to many swords in mythology, literature, and history reflect the high prestige of the weapon (see list of swords).

From Wikipedia, the free encyclopedia

04/02/2006

Spatha


The Spatha is a type of straight sword, measuring between 75 and 100 cm, in use throughout the 1st millennium. Introduced in the Roman Empire in the 1st century as a cavalry weapon, the Spatha remained popular throughout the Migration period and the Viking Age, until it evolved into the knightly sword of the High Middle Ages from about 1100. Viking Age Spathas are also known as Viking swords.

From Wikipedia, the free encyclopedia